19 agosto 2006

Negar-me a mim mesma

Marraquexe

Passados 7 dias, comecei a ficar cansada de estar sempre com pessoas, não ter praticamente tempo para estar um bocado a sós, ter o meu tempinho que me é tão necessário... para estar mais intimamente com o meu Pai e com o meu amado marido.

Como pessoa introvertida e mais qualquer coisa que não sei definir (hihihi) que sou, tenho esta necessidade.

E uma palavra Deus começou a trazer à minha mente: ABNEGAÇÃO, ou seja, negar os meus próprios interesses em prol das pessoas que me rodeavam, do propósito que me levou lá.

Muitas vezes é fácil dizer a Deus que estamos dispostos a deixar tudo, a negarmo-nos a nós mesmos, quando estamos no conforto do nosso lar, no conforto da nossa vida... mas quando as coisas que prezamos, ainda que não sejam materiais, como foi o meu caso, nos começam a faltar, o nosso sinal de alerta começa a piscar.

E o meu começou.

E Deus trouxe ao meu coração, com todo o amor, as seguintes perguntas:

- Jesus também andava quase sempre rodeado de pessoas. Será que Ele não ficava cansado disso?

- Será que Ele também não sentia falta de estar a sós com o Pai e com os discípulos?

- Será que os discípulos não ficavam também por vezes cansados de tanta gente que os rodeava a toda a hora?


E eu reflecti nestas perguntas e cheguei a uma conclusão: Sim, tanto Jesus como os discípulos procuraram estar a sós com o Pai e uns com os outros, mas muitas vezes esses momentos foram interrompidos por multidões, por pessoas. E nem uma vez sequer as multidões ou as pessoas foram mandadas embora sem uma palavra de Jesus, sem um milagre, sem alguma coisa. Porque afinal, Ele veio para isso.

E eu entendi que eu precisava esquecer a minha necessidade e olhar para a razão de ali estar.

Não estava ali para levar o Reino de Deus que está dentro de mim aos que me rodeiam? Estava.

Orei e pedi ajuda ao Pai.

E mais uma vez, Ele respondeu-me. Fez com que começasse a ter tempo para tudo, porque eu decidi negar-me. E tudo o que sentia desapareceu.

Negarmo-nos a nós mesmos... mesmo que implique negar coisas que nos parecem tão fundamentais e positivas.

E tu?

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